~*~ Quando eu era Pequenina ~*~

e outras coisas de que me lembro...

23 novembro 2009

E e as (minhas) cores


Desde muito pequena que tenho o fascínio pela cor. Costumo até dizer que noutra encarnação terei sido abelinha, de tal forma me sinto atraída e fascinada por lugares cheios de cor, até ao ponto de me causar alguma estranha perturbação física.

É verdade que desde muito pequena fui estimulada para isso, e julgo que essa minha relação terá começado na barriga da minha mãe, que me fez um enxoval por cores e imagino que fosse falando comigo sobre isso.

Vem a minha paixão pela cor a propósito de um episódio que amiúde relembro, por razões que se prendem ainda com a minha actualidade.

Como uma das minhas actividades preferidas era pintar livros de colorir, a minha mãe comprava constantemente exemplares, bem como lápis para me entreter.

Um dia, ainda não andava na escola, pelo que deveria ter cerca dos 3 ou 4 anos, abordei a minha mãe, meio decepcionada.

Lembro perfeitamente que o desenho que coloria era a imagem do anão Rezingão, da história da Branca de Neve.

A minha mãe tinha-me oferecido uma enorme caixa de lápis da Caran d´Ache, que na altura eram os únicos que tinham um leque tão alargado de cores e eram por isso - e ainda hoje de certo modo são, pelo preço - um luxo asiático.

Desolada, disse para a minha mãe:
Mamã... falta-me uma cor!
A minha mãe ficou perplexa. Com tantas, ainda assim faltava uma? Qual?
A cor de salsicha, mamã!

E para que necessitava eu da cor de salsicha?
Para colorir a cara e as mãos do anão, pois então!

E a que propósito vem isto, constantemente, na minha actualidade?

Sou, desde a adolescência, fanática por acessórios. A maior paixão? Brincos. Por isso, por muitos que tenha consigo sempre descobrir um - ou dois ou três - que não tenho. O que hoje em dia não é mesmo nada difícil.

Por essa e por outras é que muitas vezes quando ando às compras com mãe e faço mais uma compra compulsiva ouço: Pois é, filha. Ainda te falta a cor salsicha!

09 novembro 2009

A primeira música que aprendi no colégio

A ida para o Colégio, aos cinco anos, foi sem dúvida um dos grandes momentos da minha vida, por toda a novidade, mudança e momento de viragem que representou no meu, até ali, pequeno microcosmos.
Relembro com perfeita nitidez todo o processo, os primeiros dias, os novos amigos as grandes brincadeiras.
Hoje de manhã relembrei esta música de embalar, a primeira que aprendi na escola.
Lembro a minha educadora, a Dina, uma jovem de 25 anos, linda, morena, com uns magnificos e longos cabelos pretos, que na altura era para mim uma mulher muito crescida. Tanto como a minha jovem mãe, que tinha exactamente a mesma idade.
E cantava assim...

Pimpão é um boneco
Muito lindo de cartão ( rep. de cartão),
Que lava a carinha
Com água e sabão, (rep. com água e sabão).

Penteia o seu cabelo
Com um pente de marfim (rep. de marfim),
Mas se lhos puxão muito
Não chora nem faz chimfrim, (não chora nem faz chinfrim)

E quando as estrelinhas
Começam a luzir (rep. a luzir),
Pimpão vai para a cama
E põe-se a dormir (rep. e põe-se a dormir).


Sempre imaginei o Pimpão, com uns cabelos em lã amarela e a sua cara de cartão, que estranhava não se desfazer na água e sabão.
E tenho a certeza, se um dia o encontrar, vou certamente reconhecê-lo!

08 novembro 2009

Um aroma a azul


Se há marcas que marcaram a minha infância, a Nivea foi uma delas.
Sinto-me parte da geração Nivea caixa-azul. Aquela a que cheiravam os beijos matinais dos meus pais e as minhas férias de Verão.
Lembro-me da textura do creme na cara, do perfume inigualável, da prata que por dentro ficava só com uma ponta levantada, para todo o conteúdo não ficar colado à tampa.
Lembro de franzir os olhos - como hoje vejo a M. franzir quando uso os mesmos gestos - enquanto a minha mãe o espalhava pelo nariz e maçãs do rosto, para me proteger do sol nos dias quentes e me defender do frio nos dias de Inverno.
Ao longo dos anos coleccionei caixas com diversos tamanhos e padrões que hoje habitam num lugar recôndito da arrecadação.
Apesar de não o usar com frequência, a minha relação com o creme Nivea é de sempre e para sempre.
E acho que todos os pais e mães deviam cheirar sempre assim!

07 novembro 2009

Regresso

Ando mesmo com muita vontade de regressar a este espaço. Assim, sem qualquer tipo de preocupação com a ordem cronológica dos factos - que já não havia, de certo modo - vou voltar às minhas histórias, às minhas memórias, aos meus mais queridos lugares de mim.