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M.
30 setembro 2009
24 setembro 2009
A Familia do Alfaiate
Desde muito pequena que sempre adorei jogar. Em bom rigor, justiça lhes seja feita já que nunca foram de jogos entre pares do seu tamanho, esse gosto foi em muito estimulado pelos meus pais.
Se é verdade que desde sempre existiram brinquedos, embora durante séculos tivessem sido um luxuoso privilégio de uma parca elite, é também verdade que foi pela década de ´70 que os chamados brinquedos educativos tiveram o seu boom, por estas bandas à beira do Atlântico plantadas. Por essa altura, já nem era tanto o preço - ainda assim um factor significativo numa abundante população remediada (e pouco) - o factor diferenciador das crianças que lhes tinham acesso. O que mais determinou na época o acesso a tais brinquedos, foi uma geração de pais cada vez mais atentos e presentes na vida dos seus filhos. Como foram os meus.
Relembro com perfeita nitidez os momentos de cumplicidade, jogando no chão alcatifado a rosa do meu quarto, sobretudo, em noites de Verão em que a ventoinha não era suficiente para apaziguar o sono e as janelas abertas à cálida aragem eram um convite às melgas, para um banqueteamento nocturno.
Dos muitos jogos que aqui trarei memória, este era um dos meus favoritos e esta a família (vá-se lá imaginar porquê!) que mais gostava de construir.
O jogo das famílias. Um espelho perfeito da sociedade e mais ainda da mentalidade da época. Quase em Estado Novo. O baralho, claro.
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As minhas brincadeiras,
Memória Colectiva
21 setembro 2009
Simplesmente feliz
Os primeiros tempos passaram-se sem percalços. Ao que dizem as boas línguas, era uma santa a quem uma fralda limpa e uma barriga cheia bastavam para ser feliz.
E assim se confirma: a felicidade, associada às coisas simples da vida, já fazia parte do meu equipamento de série.
18 setembro 2009
E depois foi assim...
Numa madrugada fria e chuvosa de Janeiro, apeteceu-me nascer.
Enquanto o meu pai se metia no carro, para ir buscar a tia enfermeira-parteira que morava a uns quilómetros, só para "verem" o que se estaria a passar, o meu tio, então com dezasseis anos e mais tarde por mim baptizado como Tjá, achou que, melhor do ficar a roer as unhas com o pânico, seria ficar, entre contracções, a contar anedotas à minha mãe.
Assim, nos primeiros momentos, o cenário oscilava entre o rir agarrada à barriga e o suplicar, agarrada à mesma:
Ó mano, espera aí que vem lá outra! - contracção, claro!
Entretanto, a minha avó materna prestava grande auxilio e agarrada ao roupeiro do quarto gritava:
Ai filha, espera! Ai filha, espera!
O meu avô, esse sim, comportou-se como um Homem. Agarrou no sobretudo e nos chapéus - o de chuva e o outro de que tanto gostava - e abalou para a estação de comboios! Eram para aí umas três da manhã. Pormenor: o primeiro comboio passava às seis da manhã.
Melhor, melhor, foi quando o fabuloso Fiat 600 do meu pai decidiu parar em plena estrada, a caminho de Lisboa... Eram para aí umas duas e meia da manhã...
Telemóveis, trânsito... pois!
Pois é, mas caso não saibam, os anjos da guarda por vezes fazem serviço cá por baixo. Para que conste, o meu, à data dos factos, tinha um táxi. E não é que passou por aquele lugar onde, ainda hoje, às duas e meia da manhã, num dia de semana, só passam dois tipos de almas: as penadas e as a penar.
Quando a tia enfermeira-parteira lá chegou, finalmente, apenas para "ver" o que se estaria a passar, já só havia tempo para o Ponham a panela ao lume!!!!
... Mas tiveram de me dar umas boas, para eu conseguir chorar!
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Pessoal e Intransmissivel,
Primeiros tempos
17 setembro 2009
E começavam assim, os livros do Bebé...*
" ... Há-de ser uma História linda e maravilhosa onde se patentearão o Amor, o Carinho, os Cuidados, os Anseios de quem tudo fez para tornar-te feliz...".
Mas foi em mim, mais do que neste álbum, que esse registo ficou gravado, para sempre.
*clicar na imagem, para obter melhor visualização do texto
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Memória Colectiva,
Primeiros tempos
16 setembro 2009
Prestes a começar...
Estão finalmente reunidas as condições para iniciar a viagem pela minha infância, através deste blog. No entanto, não será a preocupação cronológica que lhe presidirá. Os textos e imagens que aqui depositarei vaguearão ao sabor da memória que, como sabemos, nos trai muitas vezes e nos alimenta outras tantas.
Sendo um blog de conteúdo quase exclusivamente pessoal, tenho no entanto a certeza que, em muitos dos posts que por aqui surgirão, muitos dos seus visitantes poderão reencontrar também um pouco da sua história e da sua infância. E se é verdade que, nos últimos tempos, me tornei uma addicted to blogs, em grande parte pela possibilidade multifacetada de comunicar que nos permitem, é também verdade que tenho a certeza que este será aquele que mais prazer me dará construir, sobretudo pelo seu objectivo principal: guardar num espaço eterno momentos efémeros que me tornaram uma boa parte do que sou e deixar estas doces memórias, como uma herança de Amor, para a minha filha.
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